Atualmente, um fenômeno desse tipo poderia causar estragos nas redes elétricas e aumentar as taxas de câncer.
Imagine que um dia você acorde e descubra que todas as bússolas apontam para o "Sul" em vez de "Norte". Parece algo impossível, mas não é. O campo magnético da Terra vem virando (embora claro, não aconteça da noite para o dia) muitas vezes na história do planeta. Seu campo magnético bipolar, como o de um imã, mantém aproximadamente a mesma intensidade durante milhões e milhões de anos, mas por razões desconhecidas, de vez em quando se debilita e muda de direção.
Até agora acreditava-se que esse processo levava alguns milhões de anos, mas um novo estudo realizado por uma equipe internacional de cientistas demonstra que a última inversão magnética registrada foi há 786.000 anos atrás, e não demorou muito para acontecer, ocorreu muito rapidamente (em menos de 100 anos, mais ou menos a expectativa de vida humana).
"Foi incrível a rapidez com que houve a inversão", disse Courtney Sprain, pesquisadora da Universidade da Califórnia, co-autora do estudo que será publicado na revista International Journal Geophysical e que pode ser encontrada na internet.
Câncer e redes elétricas
Novas evidências indicam que a intensidade do campo magnético da Terra está diminuindo 10 vezes mais rápido do que o normal, o que leva alguns geofísicos a prever uma mudança dentro de alguns milhares de anos. Apesar de uma inversão magnética ser um importante fenômeno na escala planetária impulsionada pelo núcleo de ferro e níquel da Terra, os cientistas asseguram que não há catástrofes associadas com inversões passadas que tenham "deixado suas marcas" nos registros geológicos e biológicos. Mas o mundo mudou. Hoje, um processo dessa grandeza poderia causar estragos nas nossas redes elétricas, gerando correntes que as destruiriam.
Tendo em mente que o campo magnético terrestre protege a vida das partículas carregadas do Sol e dos raios cósmicos, com quais em contato com a pela poderia causar mutações genéticas, a debilitação temporária ou perda do campo poderia aumentar as taxas de câncer.
Sedimentos Italianos
A nova descoberta é baseada na análise do alinhamento do campo magnético em camadas de sedimentos de lagos antigos, agora expostos na bacia Sulmona, Itália. Como os sedimentos do lago se depositaram em uma velocidade alta e constante durante um período de 10.000 anos, a equipe foi capaz de intercalar a data das depositações das camada que mostra a inversão magnética, a chamada Reversão Brunhes-Matuyama, há aproximadamente 786.000 anos. Essa data é muito mais precisa do que a de estudos anteriores, que colocam a inversão acontecendo entre 770.000 a 795.000 anos atrás.
"O que surpreende é que ele vai de uma polaridade inversa a um campo que é normal, com praticamente nada no meio, o que significa que teve ter acontecido muito rapidamente, provavelmente em menos de 100 anos", diz Paul Renne, professor de Berkeley, "Não sabemos se a próxima inversão será tão rápida quanto a última".
A nova descoberta pode ajudar os investigadores a entender como e por quê o campo magnético inverte de forma periódica.
fonte: uno.com.ar
data: 15/10/2014
Nenhum comentário:
Postar um comentário